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O narguilé, também é conhecido como cachimbo d′água ou shisha ou Hookah - é um dispositivo para fumar no qual o tabaco é aquecido e a fumaça gerada passa por um filtro de água antes de ser aspirada pelo fumante, por meio de uma mangueira. Por utilizar mecanismos de filtragem, o consumo de narguilé é visto como menos nocivo à saúde. Mas, na verdade, seu uso é mais prejudicial do que o de cigarros.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, uma sessão de narguilé dura em média de 20 a 80 minutos, o que corresponde à exposição a todos os componentes tóxicos presentes na fumaça de 100 cigarros. Como qualquer produto feito de tabaco, o narguilé contém nicotina e as outras 4.700 substâncias cancerígenas e tóxicas do cigarro convencional.
Quando criado, o cachimbo d’água recebeu a desmerecida fama de inofensivo, por causa do líquido por onde passava a fumaça, que se propagou por todas as culturas que o utilizam. Uma das razões para a popularização do narguilé é a ideia errada de que a água poderia filtrar as substâncias maléficas do tabaco. A presença da água faz com que se aspire mais, uma vez que torna a fumaça mais tolerável. Inala-se, assim, maior quantidade de substâncias.
O aroma agradável também tranquiliza especialmente quem está em volta e não participa da roda. No entanto, a fumaça ambiental do cachimbo d’água é bem mais tóxica que a provocada pelo cigarro. Os males causados em quem frequenta esses ambientes são semelhantes aos dos fumantes passivos, que têm mais chances de desenvolver as doenças relacionadas ao tabagismo.
Estudos associam o uso de narguilé ao desenvolvimento de câncer de pulmão, doenças respiratórias, doença periodontal (da gengiva) e com o baixo peso ao nascer, além de expor seus usuários a de nicotina em concentração que causa dependência. Após 45 minutos de sessão, o narguilé aumenta os batimentos cardíacos e a concentração de monóxido de carbono expirado. Ocorre também maior exposição a metais pesados, altamente tóxicos e de difícil eliminação, como o cádmio. Em longo prazo, seu consumo pode causar câncer de pulmão, boca e bexiga, aterosclerose e doença coronariana. Mas os riscos do uso do narguilé não estão somente relacionados ao tabaco, mas também a doenças infectocontagiosas: compartilhar o bocal entre os usuários pode resultar na transmissão de doenças como herpes, hepatite C e tuberculose.
Gestantes também correm os mesmos riscos e não devem fazer uso do cachimbo d’água nem frequentar ambientes onde esteja sendo usado. Os perigos para o bebê são semelhantes aos de quem fuma e aos dos fumantes passivos: parto prematuro, nascimento com baixo peso e baixa resposta ao teste de Apgar, que examina frequência cardíaca, respiração, musculatura, reflexos e cor da pele do recém-nascido.
Vale destacar que o narguilé tem uma característica peculiar: um único cachimbo pode ser usado por várias pessoas simultaneamente. Isso reforça o aspecto da socialização, algo muito atraente especialmente para os jovens. Porem, não ameniza os riscos do uso do Narguilé.
Por conta disso, a dependência da nicotina é muito complexa e seu tratamento requer um autoconhecimento das razões que fazem o indivíduo fumar, orientações de como parar de fumar, como resistir á vontade de fumar e, principalmente, como viver sem cigarro. Ao parar de fumar, é possível sentir alguns sintomas desagradáveis, como irritabilidade, agressividade, tonteira, dor de cabeça e o forte desejo de fumar. Esses sintomas fazem parte da síndrome de abstinência da nicotina e podem ser amenizados com o uso de medicamento. Portanto, para deixar de fumar sem muito sofrimento, é preciso procurar tratamento para a dependência da nicotina. O SUS oferece tratamento para tabagismo, procure a unidade de saúde mais próxima de sua residência e se informe.
Fonte: Assessoria de Comunicação Social
Data de Publicação: 16/09/2015