Encontra-se em curso no Tribunal Superior Eleitoral um movimento destinado a extinguir inúmeras zonas eleitorais espalhadas pelo Brasil. O Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou, por unanimidade, na sessão administrativa do dia 16 de maio, modificações na Resolução nº 23.422/14, a qual estabelece normas para criação e instalação de zonas eleitorais no Brasil.

As alterações estão consubstanciadas na Resolução 23.512, de 16 de março de 2017. Segundo o TSE, busca-se um rezoneamento eleitoral destinado a aprimorar o trabalho da justiça eleitoral e economizar gastos com as zonas eleitorais.

As modificações irão impactar todas as regiões do País e, especialmente, o Paraná. O fechamento de um número razoável de zonas eleitorais é certo e prejudicará o atendimento de qualidade nos municípios. Locais, aliás, em que, a partir de muito esforço da comunidade, auxiliada, não raro, por parlamentares da respectiva região, foram construídos fóruns, destinadas áreas de apoio etc.

UBIRATÃ – A Justiça Eleitoral de Ubiratã está entre as prejudicadas. Nesse caso também, através de emenda parlamentar foi construída uma sede própria para a justiça em questão. O moderno prédio se localiza ao lado do Terminal Rodoviário e atende eleitores de Ubiratã e Juranda.

Com esse movimento do TSE os ubiratanenses podem ficar sem a Justiça Eleitoral local e passar a depender da mesma no município de Goioerê, distante cerca de 74,5 quilômetros de Ubiratã. Até mesmo para os jurandenses o caminho se tornará mais longo, pois a distância entre Juranda e Goioerê é de 53,7 quilômetros, enquanto de Juranda à Ubiratã o percurso diminui para 31 quilômetros. (dados do Google Mapas).

Para que isso não aconteça na Comarca de Ubiratã é necessário que os dois municípios tenham no dia 14 de junho, ou seja, em 25 dias é necessário que mais 1.700 eleitores sejam cadastrados na Justiça Eleitoral de Ubiratã. De acordo com o site do Tribunal Superior Eleitoral, na data de ontem os dois municípios tinham juntos 23.000 eleitores cadastrados.

O juiz Ferdinando Scremin Neto diz que caso não se chegue ao número exigido pelo TSE os dois municípios e consequentemente a população será imensamente prejudicada. “Se isso acontecer teremos que nos deslocar até Goioerê para resolver qualquer problema com a Justiça Eleitoral”, frisa, enaltecendo que é necessário que cada cidadão faça a sua parte para ajudar no sentido de evitar esse retrocesso. “Se você que ler essa matéria conhecer alguém que não tem título ou que está com o título cancelado, por favor converse com essa pessoa e o oriente a se dirigir imediatamente até o Fórum Eleitoral de Ubiratã para que com isso cheguemos ao número de eleitores necessários para manter a nossa Justiça Eleitoral”, diz Scremin Neto, explicando que podem nesse momento fazer aumentar o número de eleitores os jovens com idade entre 16 e 18 anos, idosos e principalmente os com mais de 70 anos que não são obrigados a votar, apesar de poderem. “Empresários, profissionais liberais e outras classes que diariamente estão em Ubiratã, mas que vieram de outros municípios e que por alguma razão não mudaram seu domicílio eleitoral também são importantes para nos ajudar a mudar esse triste futuro que se aproxima”, continua o magistrado, que ao terminar diz que essa mudança é a contramão da ampliação da estrutura do sistema de justiça eleitoral, que causará modificações no dia a dia do cidadão capazes de embaraçar o exercício de direitos fundamentais de natureza política. “O povo não pode pagar esse preço”.

BIOMETRIA – Em relação ao cadastramento biométrico, onde a pessoa poderá votar através da impressão digital, o responsável pelo Fórum Eleitoral de Ubiratã, Alessandro Martins Sandrini, diz que nesse momento não é a questão mais primordial. “Temos dois kits para cadastro biométrico. Como acreditamos que a correria será grande pela movimentação de novas pessoas vindo cadastrar pedimos que aqueles interessados em cadastramento biométrico deixe para o fazer após o dia 15 de junho”, destaca Alessandro.